segunda-feira, 3 de abril de 2017

O poema perdido

Até que eu estava em boa companhia, não foi?
Hoje vou abrir uma exceção e publicar aqui, não um poema, mas um não-poema. Explico.

Esse aí é o documento mais antigo do meu currículo. Eu o recebi juntamente com um cheque no valor de Cr$ 5 mil. Seja lá o que isso signifique em dinheiro de hoje, era um bocado para um guri de 16 anos, terminando o Auxiliar de Escritório. Foi o primeiro concurso literário em que me inscrevi. Enviei um poema que havia rabiscado numa das folhas brancas ao final de um livro de matemática.

O curioso, e ao mesmo tempo lamentável, é que o livro, de encadernação vagabunda, foi se desfazendo com o tempo. E o gênio aqui, ocupado com sua alta inspiração poética e, claro, não dando maior importância ao assunto, não se lembrou de fazer uma cópia do original datilografado que enviou pelo correio (Vai ver faltou papel carbono). Não me consta que o concurso tenha editado um livro com as obras premiadas. Tampouco fui à solenidade prevista (se de fato aconteceu). Em consequência, não me restou do poema mais que o título. Que remete vagamente ao programa Fantástico, onipresente nos lares brasileiros da época, e não muito animador como indício de originalidade, vá lá, no século XXI.

Quem sabe um dia - não perdi a esperança - eu o reencontro, numa visita à Biblioteca de Ijuí.

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