domingo, 8 de janeiro de 2017

Um Poema de Ano Novo

E para esse ano novo, em que vamos entrando e nos aquerenciando assim, meio desconfiados, teria de ser naturalmente um poema também novo, quase um recém-nascido...

Poema de Ano Novo


Quem nunca viu uma criança
que acaba de aprender a andar
e avista o mar, e ao mar se lança?

E vem correndo, a despencar,
aos trancos, sem nenhum cuidado,
buscando o mar, buscando o mar.

Assim, suponho, eu deveria
precipitar-me rumo ao novo,
sem medo, com ar de maravilha.

(Penso cá comigo, entretanto:
alguém tem que impedir que a pobre
acabe por descuido se afogando.)