segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Viajando no tempo e na cidade

O Viaduto Otávio Rocha, em Porto Alegre, fotografado em
1933 por Jacob Prudêncio Herrmann.
Aproveitando a passagem do Dia Mundial do Urbanismo, no último dia 8, publico hoje esse singelo e antigo poema. Uma primeira versão, sem título, saiu no meu livro de estreia, Viagens de uma Caneta por meus Estados de Espírito (1992), e cheguei a musicá-lo, mas o resultado não ficou lá essas coisas. Recentemente, dei uma mexida nos metros e rimas, resultando no que está aí.

Foi inspirada por uma caminhada, daquelas boas, sem rumo e sem preocupações, pelo centro de Porto Alegre, nos longínquos anos de 1980, na companhia do amigo Rômulo Giralt. (Não posso garantir, mas é possível que estivéssemos sob efeito de alguma substância, mas isso é irrelevante.)

O Rômulo (que por acaso está de aniversário por estes dias, merecendo portanto a homenagem) viria mais tarde a se tornar arquiteto e professor universitário, mas já sabia muito mais sobre a história da sua cidade natal do que eu. Por esse motivo, o poema do livro está dedicado a ele.

Também utilizei os primeiros quatro versos (com uma pequena variação no terceiro) como um texto incidental falado, na introdução da canção (dele e do Mário Humberto) "Andarilho Noturno", no meu CD Trem da Utopia (2011). Clique aqui para ouvir.

Passeio n° 5

Caminhamos na chuva rala
Nossos sapatos deixam marcas
Na calçada, por entre os prédios
Que teimamos em chamar belos

Tão jovens na idade, os corações velhos...
Que vai ser de nós, quando nossos netos
Sentirem saudades, não de antigas casas,
Não da vida calma, mas desse concreto?

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